Outro dia uma gestante, mãe de uma adolescente de 13 anos, disse em um grupo de grávidas: “Ainda bem que nesta gravidez eu estou tendo muitas informações. Na da minha primeira filha eu não sabia nada!”.
Será? Foi ela quem cuidou da filha mais velha – que cresceu, se desenvolveu e chegou na adolescência. Alguma coisa ela sabia sobre cuidar, brincar, se relacionar, mesmo sem informações.
Por mais que certas informações sejam valiosas e até mesmo imprescindíveis, elas são apenas uma parte do nosso saber. Sabemos por aquilo que conhecemos, mas sabemos também por aquilo que habita nosso inconsciente e, portanto, desconhecemos. Sabemos pelo que aprendemos, mas também pelo que experimentamos, vivenciamos.
Entendo que uma pessoa aprende a ser mãe e pai a partir dos encontros e desencontros com seu bebê. Por isso, nenhuma pessoa precisa de escola “de pais” ou “para pais” para que seja ensinada a ser mãe ou pai. Mães e pais precisam ser apoiados naquilo que sabem, sobre si e sobre seu bebê, para que possam fazer uso das informações aprendidas. Do contrário as informações se transformam em imperativos justamente porque não levam em consideração o que se experimenta nas trocas com o bebê.
Sobre a Patrícia L. Paione Grinfeld.