Somos uma plataforma de serviços que ajuda famílias, empresas, escolas e profissionais nos desafios relacionados à saúde mental na parentalidade e na primeira infância.

como
tudo
começou

 

Meus filhos eram pequenos e eu transitava por lugares onde famílias com bebês e crianças circulam na cidade de São Paulo. Estava no “DNA”, apesar de não estar naquele momento exercendo a profissão de psicóloga, observar e escutar o entorno. Observava e escutava, escutava e observava. Havia muita coisa nova e algumas inquietações silenciosas.

Era 2010, os blogs estavam surgindo. Fiz uso da ferramenta para escrever esporadicamente como registro pessoal no 2x mãe. Dois anos depois, ouvindo uma mãe dizer que o desfralde noturno da filha não acontecia, mesmo com a fralda permanecendo seca, pois colocar a fralda da noite era um momento especial entre a menina e o pai, a indagação interna – “como assim?” – ficou pequena para ser só minha. Convidei, então, a Verônica Esteves, também psicóloga, para escrever comigo sobre primeira infância com o intuito de salpicar informações e provocar algumas reflexões. Um novo blog foi criado: Ninguém Cresce Sozinho. De nome grandão, carregava nele, como todo nome, uma crença, uma aposta, um desejo.

Pouco a pouco vieram os primeiros compartilhamentos, comentários, pedidos para que escrevêssemos sobre temas específicos, para ajudar com questões cotidianas que envolviam o desenvolvimento infantil e, para nossa surpresa, para que abríssemos rodas de conversas. Mas onde, como?

Tentamos o consultório (eu já havia retornado a ele). Com exceção de indivíduos e famílias que chegavam em busca de tratamento, pessoas com questões relativas à parentalidade não apareciam nas rodas. Ir “conversar” num consultório de psicologia “sem ter problema”? Imaginamos que isso pudesse ser um impeditivo. Como a parentalidade começava a ser discutida mais amplamente, sobretudo por mães e a partir das próprias experiências, na internet, entendemos que era preciso estar nela.

Mais profissionais, com experiências clínicas e institucionais diversas, se juntaram a nós: Carla Kozesinski, Roberta Alencar e Silvia Bicudo – e, mais tarde, Gabriela Amaral. Naquela época o Conselho Federal de Psicologia exigia que os atendimentos online, limitados a 20 sessões, fossem vinculados a um site que tivesse exclusivamente esse fim. Não podia ser um blog, nem haver links externos a ele. Assim nasceu o Rodas Ninguém Cresce Sozinho.

Em paralelo ao blog e ao Rodas, buscamos centros de convivência e cultura para ampliar os espaços de diálogos e reflexões sobre o exercício da parentalidade e o desenvolvimento infantil. Por propiciar novos referenciais e ser parte da necessária rede de pertencimento e apoio àqueles que se ocupam dos cuidados na primeira infância, os centros de convivência e cultura são promotores de saúde mental. Neles, especialmente unidades do Sesc-SP, passamos a realizar, além das rodas de conversas, oficinas lúdicas e literárias.

Tanto na clínica quanto nesses espaços, foram incontáveis as situações em que mães e pais com filhos pequenos se viam diante de dilemas e desafios em que questões profissionais dificultavam a vida pessoal e/ou familiar, e vice-versa. Isso nos fez querer estar mais perto de seus locais de trabalho para pensar conjuntamente em como mudar esse cenário. A pandemia, com tudo o que ela escancarou em relação à saúde mental e à necessidade de cuidar de quem cuida, foi uma oportunidade para fazermos essa aproximação, com a preciosa ajuda de Maithê Garlipp. Realizando de rodas de conversas no ambiente corporativo nos aproximamos ainda mais dos dilemas e desafios que envolvem maternidade e trabalho. Tal aproximação resultou em parcerias que alargaram nossa oferta de cuidados às famílias com bebês e crianças pequenas, em especial às mães que pretendem retornar ao mercado de trabalho ou fazer mudança de carreira.

Nossa maneira de compreender a parentalidade e a primeira infância também tem, desde nosso começo, atraído profissionais, sobretudo da saúde e da educação, com os quais temos a oportunidade de compartilhar nossa experiência por meio de supervisões, formações e cursos.

Como experimentar, criar, inventar é essencial para a constituição e o exercício da parentalidade, o desenvolvimento infantil e o crescimento profissional, com a gente não poderia ser diferente! Aqui, estamos sempre experimentando, criando e inventando, com outros profissionais e clientes que também acreditam que ninguém cresce sozinho!

Patrícia L. Paione Grinfeld

Idealizadora e sócia-fundadora da Ninguém Cresce Sozinho

Psicóloga (PUC-SP), especialista em estimulação precoce/clínica transdisciplinar do bebê (Instituto Travessias da Infância, Centro de Estudos Lydia Coriat-SP e UniFCV) e com pós-graduação em psicoterapia de casal e família (PUC-SP) e em psicanálise na perinatalidade e parentalidade (Instituto Gerar de Psicanálise). Foi sócia-fundadora e integrante da equipe do Instituto Therapon Adolescência. Da atuação na saúde mental, migrou para a área comercial, trabalhando com atendimento ao cliente e comércio eletrônico. Em 2004 a carreira ficou de lado para dedicar-se à família. No retorno às atividades profissionais, além da clínica, foi técnica do Programa Palavra de Bebê do Instituto Fazendo História. Em 2012 criou o blog Ninguém Cresce Sozinho que gradualmente se transformou na atual plataforma de cuidados em saúde mental na parentalidade e na primeira infância. Além dos serviços prestados pela Ninguém Cresce Sozinho, atende online desde 2016 e presencialmente na cidade de São João da Boa Vista/SP. 

parceiros

Helena Amstalden Imanishi

Psicóloga (USP-SP), psicanalista, mestre e doutora em psicologia (Instituto de Psicologia USP-SP). Supervisora clínica, professora do curso de pós-graduação do Instituto Presbiteriano Mackenzie. Atende em consultório particular na cidade de São Paulo/SP. Parceira da Ninguém Cresce Sozinho na coordenação dos cursos de psicanálise e de rodas de conversas e na coprodução do trilhas da primeira infância.

Iná Amstalden Imanishi

Advogada (USP-SP), com mais de 10 anos de experiência em direito empresarial e gestão de equipes. É gestora de recrutamento e seleção da RHF Talentos (Unidade Vila Leopoldina/São Paulo) e parceira da Ninguém Cresce Sozinho em projetos e serviços voltados à maternidade e trabalho.

Tatiana Machado

Psicóloga (USP-Ribeirão Preto) e mestre com pesquisa realizada na área de psicologia e sociedade (Unesp). Tem treinamento em psicoterapia breve de orientação psicanalítica e pronto atendimento psicológico (Unicamp) e pós-graduação em psicanálise na perinatalidade e parentalidade (Instituto Gerar). É colaboradora do Grupo Transformação de apoio às perdas gestacionais e neonatais, atende em consultório particular na cidade de Araraquara/SP e parceira da Ninguém Cresce Sozinho na coordenação do clube de leitura e de rodas de conversas.

alguns
trabalhos
realizados

oficina lúdica
colo com leitura

Outros trabalhos podem ser conhecidos em onde circulamos.

depoimentos

parece milagre
parece milagre

Passando [pelo WhatsApp] só pra agradecer o conhecimento compartilhado na roda de conversa [desfralde sem atropelos]

Parece milagre haha

Conversei com minha filha usando as informações aprendidas na roda de conversa e, desde então, ela tem usado somente o vaso para fazer cocô

Conversei com ela, dizendo que seria mais fácil pra mim e pra ela… aí ela vai no vaso sanitário,  faz cocô e me diz “fácil mamãe” hahaha tão amada!

(mãe de uma criança de 2 anos e 11 meses)

pediu bonitinha para ir ao banheiro
pediu bonitinha para ir ao banheiro

Patrícia, você não vai acreditar o que aconteceu! A nossa consulta foi na sexta de manhã. Aí, fui buscar a {nome da criança} na escola às 12:30, ela tirou uma soneca. Quando ela acordou da soneca a fralda estava muito cheia. Aí eu falei: “tira sozinha essa fralda, vamos trocar”. Ela tirou a fralda, aí eu perguntei: “você quer colocar outra fralda ou você quer colocar calcinha?”. Aí, milagrosamente, quer dizer, não acredito em coincidência, não sei o que aconteceu, e ela falou que podia por a calcinha! Ela vestiu sozinha a calcinha, ficou de calcinha o dia inteiro. Não teve nenhum escape. Pediu bonitinha para ir ao banheiro. Sábado e domingo também com calcinha, feliz da vida, mostrando para todo mundo que estava de calcinha. Foi assim, uma coisa que ela se recusava a encostar na calcinha. Olha que doideira…

(mãe de uma criança de 3 anos e 8 meses)

nos sentimos tão mais leves
nos sentimos tão mais leves

A consulta [orientação a pais] foi muito boa para tirar dúvidas sobre como proteger nosso filho de um eventual abuso [sexual].  Nos sentimos tão mais leves que dormimos tranquilos.

(mãe de uma criança de 3 anos)

clube de leitura: uma experiência incrível

Faço meu depoimento sobre o Clube de Leitura de um duplo lugar: o de corresponsável pela curadoria e organização e o de participante dos encontros. A Ninguém Cresce Sozinho, desde sua origem, tem a literatura na sua alma. Começamos com os livros infantis. A paixão por eles, me fez, quando a Ninguém Cresce Sozinho era só um blog, ter uma seção dedicada a recomendação de títulos que abordavam temas comuns na infância/ou difíceis de serem abordados com crianças. Ao descobrir, ler, reler e recomendar livros, percebia o quanto eles facilitavam conversas. Daí surgiram alguns projetos: o Colo com Leitura (meu queridinho), o Primeiros Capítulos e oficinas lúdicas realizadas em torno de uma leitura.

Quando a Tati (Tatiana Machado) propôs um Clube de Leitura com textos literários atravessados pela temática da parentalidade, não hesitei. Com os projetos já realizados e a partir da minha própria experiência como leitora, eu experimentava muitos “ui”, “uau” a cada leitura. Entre socos no estômago e sopros nos ouvidos, a (boa) literatura nos toca fundo. Aciona memórias, permite associações, provoca insights, amplia repertórios, tira da zona de conforto, abraça. Resgata o que há de mais humano em nós e nos devolve humanidade, tão necessária neste tempo de virtualização, polarizações, guerras, desamparo, solidão.

Experimentar acompanhada esse mergulho intenso na humanidade, foi uma experiência incrível. Eu nunca tinha participado de um Clube de Leitura. Não tinha ideia de como seria. Foi muito bom, maravilhoso! Trocar impressões, ouvir mais histórias (de outros participantes, outros livros, podcasts etc.), se afetar pelo que a leitura afeta em cada um faz querer um encontro semanal, não mensal!

Deixo aqui meu convite, e agradecimento a cada contribuição da Tati e dos participantes: se você gosta de ler, tem vontade de ler, vem com a gente viver essa experiência! Não é preciso ser mãe ou pai. Todos nós somos filhos – e humanos; portanto, tem sempre alguma coisa da parentalidade em cada um de nós.

(Patrícia L. Paione Grinfeld, idealizadora e sócia-fundadora da Ninguém Cresce Sozinho)

Juju finalmente desfraldou!
Juju finalmente desfraldou!

Patrícia, mais uma vez quero agradecer sua ajuda. Juju finalmente desfraldou! Perceber o quanto eu a controlava mesmo sem perceber, foi fundamental.

(Manuela, mãe da Juju)