Em outro texto escrevi sobre alguns livros que inspiram brincadeiras com caixas de papelão, lenço e jornal.
Para a criança qualquer objeto ganha vida quando ela é permitida explorá-lo. Um balde se transforma em cesta mágica. O coador, em chapéu com furinhos para o cabelo respirar. Um graveto, em varinha de condão. A cama dos pais, em pula-pula! Ou vai dizer que Isso não é brinquedo!
Ilan Brenman, responde, com o livro (Editora Scipione) que carrega em seu título a mesma pergunta!
E a comida que enrola para entrar na boca? Será que também não é brinquedo?
A criança precisa se alimentar, sabemos. Mas se ela não puder explorar o alimento quando é pequenina, será mais difícil a alimentação ser um momento de prazer. Brincar é descobrir e aprender, como bem lembra Dalcio Machado em Não brinque com a comida, Editora Companhia das Letrinhas.
Um brinquedo bacana não precisa ser aquele mostrado nos comerciais de TV. Ele pode estar nos cantos da casa, nos caminhos na rua, na simplicidade e no inusitado. Basta olhar com os olhos de uma criança para encontrá-lo e assim poder embarcar na exploração e na brincadeira. Tim Tim nos inspira como ninguém a fazer isso!
Nota: Este texto é uma adaptação do texto Livros que inspiram brincadeira, publicado pela primeira vez em 16/12/2013 no antigo blog Ninguém Cresce Sozinho.
Texto escrito por Patrícia L. Paione Grinfeld.
A Patrícia é psicóloga (PUC-SP), com pós-graduação em psicoterapia de casal e família (PUC-SP) e em psicanálise na perinatalidade e parentalidade (Instituto Gerar). Cursa especialização em estimulação precoce/clínica transdisciplinar do bebê (Instituto Travessias da Infância, Centro de Estudos Lydia Coriat-SP e UniFVC). Foi sócia-fundadora e integrante da equipe do Instituto Therapon Adolescência. Da atuação na saúde mental, migrou para a área comercial, trabalhando com atendimento ao cliente e comércio eletrônico. Em 2004 a carreira ficou de lado para dedicar-se à família. No retorno às atividades profissionais, além da atuação clínica, foi técnica do Programa Palavra de Bebê do Instituto Fazendo História. Desde 2012 é sócia-fundadora da Ninguém Cresce Sozinho.
Valdirene, obrigada por compartilhar este poema conosco!
Lindo vídeo!
Alberto Caieiro puro:
“O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo…”